quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Por que me ufano de meu país

Achei que chegando aqui esse deslumbramento com o Brasil durasse duas semanas. Matada a saudade, ia voltar logo o espírito lacerdista que todo brasileiro alfabetizado tem dentro si, essa vontade de achar erros em tudo e equívocos em todos.


Mas não. Já lá se vão 4 meses, e nada. Continuo encantada. Maravilhada. As tramóias do José Sarney - o colapso da instituição senado federal, dizem os críticos que eu respeito - me parecem meio quaint, meio fofinhas. A censura ao Estadão me preocupa, mas é agora uma preocupação mais racional que indignada.

Então, ainda cumprindo um programa que eu não sei se é de turista que bate palmas ou de brasileiro apaixonado, fui ao Estádio do Pacaembu ver o Corinthians jogar. Olhem só a foto, a Gaviões ao fundo. Fui mesmo.

Antes, tinha visto o mesmo Corinthians jogar no Morumbi contra o Palmeiras, com o Felipão e o Jarbas. E em New Jersey vi o Brasil contra o resto do mundo, depois de uma copa que vencemos. Quem pagou foi a companhia telefônica, com quem eu deixava uma boa parte da bolsa.

O primeiro tempo foi lindo. Me envolvi, torci, prendi a respiração, celebrei, levantei da cadeira com a torcida, muito gozado. Depois cansei um pouco, os jogadores também. Dois gaúchos foram em cima do Ronaldo e ele caiu. Me dei conta de que ele era um sujeito de verdade, que até morava em São Paulo, antes para mim ele era um produto, uma coisa da mídia, sei lá. Mas ali estava ele, pertinho, gordo, artilheiro, no chão.

Entendi todas as regras. Vocês não sabem o que é ver um jogo de futebol americano inteiro sem entender patavinas. Final do campeonato. Na casa de totais desconhecidos que, essas coisas mágicas de visitantes em cidades estranhas, me acolheram como da família, me explicaram as regras que só no finalzinho compreendi.

Ainda continua.

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